quarta-feira, 24 de junho de 2009

02 - Marcião

CAPÍTULO 2

II – Marcião

II.1 – Origem

O movimento separatista que liderado por Marcião, surgiu devido suas fortes influências advindas do gnosticismo e seu errôneo entendimento acerca do Velho Testamente e de Jesus. Marcião era natural de Sinopse, Ásia Menor e transferiu-se para Roma em 139. Filiou-se a congregação romana, contudo logo se separou da mesma e fundou uma seita sob doutrinas biblicamente incoerentes, a qual congregou membros de várias regiões do Império Romano.

II.2 – Data de inicio

Aproximadamente 139

II.3 – Fundador

Marcião (ou Marción)

II.4 – Doutrina

Marción, angustiado pelo problema do mal e do sofrimento, veio a adotar a idéia de um dualismo radical que contrastava o Deus deste mundo com o Deus de misericórdia revelado em Jesus. Considerava o Deus do Velho Testamento não mais totalmente mal, mas fraco. Marcião atacava todo tipo de judaísmo e legalismo afirmando que Paulo era o único apóstolo que tinha realmente entendido o evangelho. O Deus do Velho Testamento é um deus justo no sentido de “olho por olho, dente por dente”. Esse Deus criou o mundo e deu a lei judaica e o “Deus justo” tornou-se injusto por causa de sua hostilidade injustificada àquele que revelara o “Deus bom”. Por conseguinte, o Antigo Testamento e o seu Deus tem de ser rejeitado pelos cristãos.

Cristo proclamou um evangelho que diferia do Deus do Antigo Testamento. Ele pregou o amor e a misericórdia. Portanto o único conhecimento verdadeiro é o que provém de Cristo.

Sobre os conceitos de vida cristã de Marcião, por ele ser gnóstico, considerava o mundo material como mal. Dessa forma, seria necessário então adotar uma vida de ascetismo: atos como comer carne e práticas sexuais ilícitas era condenável, uma vez que só agradariam ao deus-criador desse mundo material.

Foi excomungado pela Igreja Católica em 144 por suas constantes exigências à Igreja para uma reforma para o que ele considerava como verdadeiro evangelho. Após ser excomungado, organizou sua igreja e compilou um cânon com dez epístolas paulinas (omitindo as pastorais) e do Evangelho segundo Lucas, mutilando as passagens que subentendessem que Cristo considerava o Deus do Antigo Testamento seu Pai, ou onde de alguma maneira se relacionava com ele. Em sua teologia ele negava diretamente a encarnação real.

II.5 – Refutação bíblica

II.5.1 – Sobre o cânone do Velho e Novo Testamento:

Lc 24:44: E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.

II Pe 3:16: “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição”.

II.5.2 – Encarnação

2 Jo 7: “Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo”.

Jo 10:30: “Eu e o Pai somos um”

II.6 – Concílio que discutia a heresia e sua conclusão

No Concílio de Nicéia, em 325, as heresias de Montano foram condenadas.

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