quarta-feira, 24 de junho de 2009

04 - Arianismo

CAPÍTULO 4

IV – Arianismo

IV.1 – Origem

Esse movimento herético nasceu em Alexandria tendo como seu precursor Ário. Ele liderou uma pequena rebelião de cristãos contra Alexandre, bispo de Alexandria, depois de ouvi-lo pregar um sermão que considerava muito próximo do sabelianismo.

IV.2 – Data de inicio

Temos o ano de 325 d.C. Mas também podemos considerar 318 d.C. data de um protesto de Ário de cunho teológico pelas ruas de Alexandria. Neste protesto, Ário iniciava o desafio de discussão teológica sobre suas idéias, as quais divulgava abertamente e convencia a muitos dos crentes alexandrinos.

IV.3 – Fundador

Ário é o fundador deste movimento. Talvez tenha nascido na região da África do Norte onde atualmente está a Líbia. Estudou na escola catequética cristã em Antioquia e foi aluno do teólogo influente Luciano de Antioquia, que foi influenciado pelo bispo herético Paulo de Samosata.

IV.4 – Doutrina

A doutrina do arianismo relacionava-se diretamente quanto à natureza da Trindade e do Filho de Deus. Sua doutrina tinha suas bases em Orígenes que havia deixado lacunas na doutrina a respeito da subordinação do Logos ao Pai.

Ário e seus seguidores exploraram o argumento de que, se Jesus Cristo é a encarnação do Logos e se o Logos é divino no mesmo sentido que Deus Pai é divino, a natureza de Deus seria alterada pela vida humana de Jesus no tempo e Deus teria sofrido através dele. Como isso era impossível, argumentavam que o Logos que encarnou em Jesus Cristo não era totalmente divino, mas uma criatura grandiosa e glorificada.

Dessa forma Jesus Cristo era uma grandiosa criatura de Deus, o Logos, que tinha um começo no tempo e permanecia para sempre subordinado ao Pai, não somente quanto à função, mas também quanto ao próprio ser.

Ário passou a desafiar abertamente o bispo Alexandre, ensinando os cristãos de alexandrinos que o Filho de Deus era uma criatura e não um ser igual ao Pai. Disse que a diferença entre o Filho e o Pai estava no fato de que este era eterno e imutável e aquele – o Logos – fora criado antes do mundo e era passível de mudança e de sofrimento. Para defender seus pensamentos, apelava às passagens bíblicas nos Profetas e Apóstolos que dizem que o Verbo de Deus está sujeito a deus e que Jesus Cristo é submisso ao Pai.

IV.5 – Refutação bíblica

Segundo Langston: “Ao invés de estudar toda a questão Ário estudou apenas a parte que se refere à personalidade de Jesus enquanto estava aqui na terra, e naturalmente, a sua idéia era imperfeita e parcial”. Ele confundia o estado de humilhação com o estado original. (LANGSTON, A.B. Esboço de Teologia Sistemática, 1999, pg. 180):

Jo 1:1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.

Jo 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

1 Tm 3:16: “E sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne”

IV.6 – Concílio que discutia a heresia e sua conclusão

O Concilio de Nicéia, o primeiro concílio ecumênico condenou as idéias de Ário e o depôs de seu cargo de presbítero. Porém suas idéias e causou graves embates eclesiásticos e políticos por ainda séculos seguintes.

Nenhum comentário: