quinta-feira, 25 de junho de 2009

A sociedade judaica nos dias de Jesus PARTE 2

CAPÍTULO II



II – AMBIENTE POLÍTICO



Israel frequentemente estava sujeita a invasões de potencias maiores. Por diversas vezes ela foi dominada por impérios que marchavam por seu território e o ocupavam, assumiam o controle e ali ficavam por séculos. Foi assim que assírios, babilônicos, persas, gregos e romanos fizeram. Sempre explorando e maltratando o povo. Com isso o povo foi se misturando e perdendo sua identidade. Mas muitos também lutaram contra e preservaram a cultura e a identidade cultural. O fator mais forte que permitiu essa conservação foi a sua fé em Deus.

O governo romano, apesar de seus aspectos negativos, pode ter sido benéfico para a economia de Israel. Cooperou com o incremento do comércio, transportes, lazer, educação, segurança militar e de outras vantagens. A única coisa que Roma não ofereceu aos judeus foi o que eles julgavam a mais importante: a liberdade. Esse fato fez com que o relacionamento deles fosse bastante conflituoso.

O Império Romano tomou a Judéia em 63 a.C. O general que conduzia ­­as forças armadas no momento da invasão foi Pompeu. Esse cometeu muitas atrocidades matando inúmeros sacerdotes, no momento que este realizava suas funções no templo, e ainda tece a audácia de entrar no Santo dos Santos. Os judeus guardaram essa lembrança como muita mágoa e revolta.

Jesus nasceu neste ambiente de conflito e insatisfação política. As autoridades judaicas continuavam em seus cargos fazendo o que agradava os dominadores. Muitos cargos foram conquistados por meio de propina, traições e sujeitando-se a extorsões.

II.1. Imperadores romanos

No período do nascimento de Jesus até o inicio da igreja, Roma teve cinco imperadores.

II.1.1. César Augusto (29 a.C a 14 d.C.). – Jesus nasceu no período em que este imperador governava Roma. Ele fez um licenciamento que obrigaram todos a alistar-se, com o objetivo de impostos. Foi por este fato que José e Maria viajaram para Belém (Lc 2:1).

II.1.2. Tibério (14 a 37 d. C.) – Era Tibério que estava no trono quando Jesus exercia seu ministério. A esfinge na moeda que os fariseus usaram para perguntar a Jesus tinha era dele.

II.1.3. Gaio (37 a 41 d.C.) – Mais conhecido como Calígula, esse imperador provavelmente era louco. Ordenou que colocassem uma estatua sua no Santo dos Santos. Porém morreu antes de conseguir.

II.1.4. Cláudio (41 a 54 d.C.) – Os registros históricos revelam que ele proibira os judeus de se reunirem, que era o mesmo que forçá-los a sair da cidade. Ágabo preveu que iria haver uma fome em todo o mundo no tempo do reinado deste imperador.

II.1.5. Nero (54 a 68 d.C.). – Para desviar a atenção da crise política, este imperador perseguiu os judeus. Ele mandou prender, torturar, e até queimar vivos muitos cristãos.

II.2. Governante regional da Judéia – Pilatos (26 a 36 d.C.).

Roma tinha governadores regionais e na Judéia fora colocado Pilatos. Os judeus não gostaram e isso significava um grande descontentamento social. Os judeus já sofriam com reis oportunistas e as vezes até loucos, ter de suportar um governante era desgastante. O maior problema era a liberdade religiosa, uma vez que Pilatos tinha controle total sobre o Templo. As vestes do sumo-sacerdote ficavam sempre em seu poder, e quando ia a Jerusalém em razão das festas religiosas, as emprestava aos judeus.

I.3. – O Sinédrio

O Império permitiu em alguns momentos da sua ocupação que o Sinédrio tivesse uma certa autoridade. Para eles havia vantagem que os judeus fossem governada por gente dela mesmo. Desde que os atos não conflitassem com as leis e os interesses dos romanos.

O Sinédrio era formado por 70 ou 71 homens. Esse concílio tentava se assemelhar ao grupo de anciãos formado por Moisés. Quando designou alguns anciãos para ajuda-lo a julgar o povo. (Ex 18.25).Tanto o grupo dos fariseus, quanto dos saduceus tinham seus representantes.

II.4. Os publicanos

As construções de anfiteatros, estradas, portos, bem como a manutenção de seus exércitos eram altamente dispendiosos. O império romano arrecadava muito dinheiro através de concessões na cobrança dos impostos. E para a revolta do povo, além dos pesados impostos de Roma, havia também os de Herodes. Por esse sistema, o magistrado romano franqueava ao coletor de impostos uma determinada área cujos impostos ele ficaria responsável de arrecadar. De modo geral o povo odiava os publicanos. Pois não admitiam que um irmão da mesma raça trabalhasse para a nação usurpadora.

Tendo essa reputação, é de se admirar que Jesus se aproximava dos publicanos, expondo-se assim a críticas, suspeitas e hostilidades por parte de seus concidadãos. Um dos doze era um publicano, Mateus.

II.5.A cidadania romana

A cidadania romana era mais que apenas um título. Pois proporcionava ao indivíduo diversas vantagens, entre as quais ser julgado pela corte romana. Aquele que fosse julgado por um crime grave poderia apelar para César após o veredíto, seu caso seria então encaminhado ao imperador, que o submeteria a seu julgamento pessoal. (At 16:37).
Um cidadão romano não poderia ser chicoteado e nem crucificado. Quem o fizesse estaria sujeito a sérias punições.

II.6. Os benefícios da ocupação romana

Apesar do governo romano ser muito opressivo, ele também introduziu benefícios. A lei e a ordem eram impostas pelos soldados agindo como força policial em tempos de paz Mt 27: 65. Elas serviam às vezes para acalmar motins e controlar a população local, mas por outro lado as tropas tornaram as viagens muito mais seguras ao livrar a zona rural dos bandidos e o mar dos piratas. O que facilitou as viagens missionárias. As estradas romanas tornaram as viagens muito mais rápidas e fáceis. Grande número de pessoas admirava os prédios, diversos e suprimentos de água.

II.7. Expectativa dos judeus

Os judeus nesse domínio romano, esperavam que se levantasse um líder político para liberta-los do jugo romano. Eles aguardavam o messias prometido. Que ele viesse e os libertasse do Império Romano. Como Jesus era da descendência de Davi, achavam os judeus que Jesus iria reinar aqui na terra como seu descendente. Jesus pregou o Evangelho de um reino que não era desse mundo mas que era interior, que estaria dentro de cada pessoa ( Lc 17:20,21). Jesus estava oferecendo algo muito superior ao que eles poderiam apreender. Pois o evangelho é espiritual e invisível ao contrario do que eles queriam.

II.8. Uma língua comum, o grego

Quando Jesus veio a terra apregoar a vinda do reino de Deus, havia uma unificação da língua. No Império Greco-macedônico, quando Alexandre O Grande conquistava os territórios, logo ele lhes impunha a cultura helênica e sua influência foi muito grande. A língua (grego coinê), a filosofia, a medicina influenciaram todo o mundo antigo conhecido. Ele uniu o oriente ao ocidente dessaforma. Esse intercâmbio cultural muito favoreceu a pregação do Evangelho por todo o mundo.

II.9. – Preparo para a vinda do Messias

Quando o Messias veio ao mundo, o mesmo já havia sido preparado de certa forma. Roma contribuiu com as estradas, estabilidade política, e condições para pregar o Evangelho com a Pax Romana (paz imposta pela força). Jesus nasceu neste período, cresceu, pregou, e foi morto pela mãos dos romanos (entregue pelos judeus), ressuscita e ascende. A igreja nasce neste período, onde é muito perseguida até o momento em que há a junção da mesma com o Estado Romano. Neste momento dá-se o período das trevas, onde a Igreja começa a perder a sua pureza.

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