quarta-feira, 24 de junho de 2009

História da língua Grega

I. – A HISTÓRIA DA LÍNGUA GREGA

A historia da língua grega abrange os seguintes períodos: antigo, ático, koiné (ou helenístico), bizantino e moderno.

I. 1 – O Grego Antigo:

O grego antigo nasceu dos indo-europeus, procedentes do norte que entraram na península Balcânica no II milênio a.C. Juntamente com outros povos provenientes da Ásia setentrional e central até as terras férteis do sul emigraram e se assentaram em várias regiões da Grécia. Apareceram diferentes dialetos desse povo na região, mas os principais foram o arcádio-chipriota, o dórico, o eólico e o jônico. Esse período de formação da língua grega abrangeu os anos de 1.500 a.C à 900 a.C.

Nesse período, os poemas homéricos foram escritos em dialeto jônico em uma nova escrita baseada no alfabeto fenício e com cinco sinais específicos para as vogais, que seria denominada alfabeto grego. Portanto, a criação de uma norma literária modelada em dois dos maiores poemas da história, Ilíada e Odisséia, esteve acompanhada por um dos sistemas de escrita mais eficazes que já existiram.

I. 2 – Grego Ático (Clássico)

Do dialeto jônico, surgiu o ático, elemento básico do grego clássico. Era a língua de Atenas e da região à sua volta, a Ática. O dialeto ático sobrepôs todos os demais, substituindo-os, foi a língua então que passou a ser utilizada na literatura. O que mais destacou sua influência neste período foram principalmente as literaturas de grandes pensadores e escritores da época, tais como Ésquilo, Sófocles e Platão. O Período abrangeu de 600 a.C à 300 a.C.

I.3 – Grego Koiné

No século IV a.C., graças às conquistas de Alexandre, o Grande, o grego clássico (ático) se transformou na língua comum de todo o Oriente Médio. Através de Alexandre, houve um grande esforço em se levar a cultura, arte e filosofia grega aos outros povos, processo conhecido como helenização.

Seu empenho pela helenização do mundo antigo fez surgir traduções de livros de singular importância dos povos conquistados para a língua grega, a fim de que se fortalecesse o império com uma maior unidade e se levasse toda a cultura grega a todos no Império. O Velho Testamento é um grande exemplo desse fato. Sua tradução é conhecida por Septuaginta, por ter sido traduzido por 70 escribas doutos nas Escrituras, ela foi elaborada entre os séculos IV e II a.C., em Alexandria, no Egito.

O grego clássico ou ático se converteu na base de uma nova forma do grego, o koiné, uma simplificação do grego clássico. Segundo Fonseca, o koiné apresente algumas características que é importante salientar:

I.3.1 – Era a língua do povo que teve escola, que não possuía dotes literários, e por isso, era uma língua que variava muito de uma pessoas para outra. Um bom exemplo disso é a variação de estilo literário existente entre os escritores do NT.

I.3.2 – Era a linguagem da experiência humana, característica do homem comum, que demonstra sua lógica não com argumentos eruditos, mas com metáforas coloridas.

I.3.3 – Era um grego vigoroso, vivo, simples e falado por todas as pessoasem qualquer lugar. Falado pelo camponês, pelo vendedor nas praças dos mercados das grandes cidades, pelo soldado romano estacionado na Síria ou por um pescador no mar da Galiléia. (O caminho suave para o Grego, autodidático, módulo I, Gilson Altino da Fonseca, 2000)

O grego tem seu destaque no meio cristão, sobretudo teológico porque o Novo Testamento foi escrito nesta idioma.

O grego koiné teve o seu declínio evidentemente com o declínio do Império Greco-Romano. Com a destruição da Biblioteca de Alexandria, no século III, a política do imperador Teodósio e o desaparecimento das escolas atenienses de filosofia, a literatura ficou relegada apenas à igreja e a alguns estudiosos. O período que o grego Koinê reinou foi de 300 a.C à 300 d.C

I.4 – Grego Medieval ou Bizantino

O grego medieval (Μεσαιωνική Ελληνική) é um termo lingüístico que descreve o terceiro período na evolução histórica do idioma grego. Seu desenvolvimento se situa, por convenção, entre os anos 330 (fundação de Constantinopla) e 1453 (queda da cidade em poder do Império Otomano), ainda que lingüisticamente as transformações mais importantes se produziram a partir do século VIII. Posto que coincidiu com a história do Império Bizantino, recebe também o nome de grego bizantino. Sucede ao Koiné.

I.4. – Grego Moderno:

No final do século XVIII, surgiu na Grécia uma burguesia que manifestou a consciência nacional baseando seus usos lingüísticos e preferências culturais em uma herança idealizada da antiga Atenas. No século XIX, alcançada a independência do domínio turco-otomano, os gregos tiveram que enfrentar problemas mais urgentes que os estritamente lingüísticos.

No final do século XIX, escritores e professores se ocuparam em debater a sistematização da língua popular para proporcionar o tratamento adequado ao ensino e à comunicação. Surgiam duas opções para o idima: a do dimotikí, um grego mais popular e o katharévousa, um grego mais puro. No inicio o governo adotou o grego mais puro, mas em 1917 uma resolução do Parlamento converteu a dimotikí no idioma oficial.


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