CAPÍTULO 6
VI – O Apolinarianismo
VI.1 – Origem
Apolinário pertencia à escola teológica de Alexandria.
VI.2 – Data de inicio
381 d.C. Porém a temos uma data anterior aproximada de 362, em que foi condenado pela escola de Alexandria a qual fazia parte.
VI.3 – Fundador
Apolinário foi Bispo de Laodicéia (morreu em 392).
VI.4 – Doutrina
Apolinário foi um vigoroso adversário do arianismo, mas na sua doutrina sobre a união das duas naturezas deu ênfase à divindade do Senhor sacrificando a sua genuína humanidade. Temos acesso a sua doutrina apenas por Gregório que se opôs e condenou Apolinário pelo Concílio de Constantinopla. Seu único erro segundo os alexandrinos ortodoxos e até mesmo Gregório, foi negar a alma racional (nous) humana de Jesus Cristo e substituí-la pelo Logos.
Seu motivo para essa “mutilação” era soteriológica. Apolinário acreditava que a salvação como deificação é possível somente se Cristo for totalmente controlado pela vontade poder divinos. Se ele tivesse uma alma, ou mente/espírito, racional, poderia ter pecado e resistido ao chamado do Logos em sua vida.
VI.5 – Refutação bíblica
Hb 2:14-17: 14 - “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo”.
Lc 2:52: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”.
Jo 1:1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
Jo 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
1 Tm 3:16: “E sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne”
Vale-se ressaltar ainda as palavras de Gregório, na condenação de Apolinário no Concílio:
Quem acredita que ele [Jesus] é um homem sem uma mente humana realmente não tem uma mente e é totalmente indigno da salvação. Pois tudo aquilo que ele não assumiu, não curou; mas o que se unir à sua divindade também será salvo. Se somente a metade de Adão pecou, então o que Cristo assume e salva também pode ser a metade; mas se toda a sua natureza peou, precisa se unir à natureza integral do que foi criado e , assim, ser salva na sua integridade. (NAZIANZENO, Gregório, Epistle 101, NPNF 2, 7. In: OLSON, Roger E. A História da Teologia Cristã, 2000 anos de tradição. Tradução por Gordon Chown. São Paulo: Editora Vida, 2001, pg. 212. Tradução de The Story of Christian Theology).
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VI.6 – Concílio que discutia a heresia e sua conclusão
O apolinarianismo foi condenado primeiramente por um Sínodo em Alexandria em 362, e posteriormente pelos sínodos de Roma (sob pontificado de Damaso) e finalmente Concílio de Constantinopla no ano de 381 d.C.
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