quarta-feira, 24 de junho de 2009

10 - Escola Teológica de Antioquia

CAPÍTULO 10

X – A Escola de Antioquia

X.1 – Origem

Antioquia, no plano geral, estava bem longe de ter o tamanho ou a influencia de Alexandria. Entretanto, também tinha uma tradição antiga e venerável, tanto cultural como teológica. Foi fundada por um dos generais de Alexandre, Antíoco Epifânio, e nos tempos de Cristo e dos apóstolos foi um grande centro de negócios e de comércio. O governador de Antioquia governava a totalidade da Síria, o território romano que incluía a Palestina.

Foi em Antioquia que os cristãos receberam essa denominação e, dentro da comunidade cristã primitiva, se deu início e prosseguimento à missão de Paulo aos gentios. Para os cristãos do século I, Antioquia era muito mais importante do que Alexandria. O brilhantismo teológico passou para a outra cidade apenas no século II e III. Antioquia também via em Constantinopla a oportunidade de reconquistar influência e poder. As duas escolas disputavam essa influência e tinham diferenças teológicas significativas.

X.2 – Data de inicio

428 d.C. – tendo como referência a data da morte de Teodoro de Mapsuéstia que foi o principal teólogo da escola propriamente dita. Porém é mister recordar que foi da fama e importância de Antioquia desde o inicio da referida igreja. E que o maior escritor do Novo Testamento, o Apóstolo Paulo, foi por ela envido no século primeiro da era cristã.

X.3 – Fundador

Teodoro de Mapsuéstia

X.4 – Doutrina

X.4.1 – Sua Hermenêutica:

Antioquia destacou-se por ter um método hermenêutico mais literal e histórico. Alegavam que as historias bíblicas não eram alegorias, a não ser quando havia um bom motivo para sê-lo. Teodoro de Maptuséstia (morreu em 428) foi o principal comentarista bíblico e teólogo de Antioquia. O método antioqueno histórico-gramatical é o mais influente no cristianismo moderno e ocidental, ao passo que o método alexandrino alegórico-espiritual dominou boa parte do pensamento cristão primitivo e continuou sua influência poderosa durante a Idade Média, tanto no Oriente como no Ocidente. Suas linhas teológicas diferentes marcaram o plano de fundo para a discussão sobre a explicação da encarnação do Logos e de Jesus Cristo, plenamente Deus e plenamente homem.

X.4.2 – Sua Soteriologia

A soteriologia antioquena não diferenciava totalmente da alexandrina. Ambas concordavam que um dos grandes aspectos da salvação envolve a deificação ou divinização curar a natureza humana para que ela compartilhe alguns aspectos ou características divinas como imortalidade. Entretanto os antioquenos estavam muito mais preocupados que os alexandrinos com o papel humano da salvação: traçavam até à própria encarnação esse papel tão importante do livre-arbítrio humano.

Os antioquenos viam na salvação uma realização moral e ética maravilhosa levada a efeito por um ser humano em nosso favor ao unir sua vontade à do Logos divino, não deixando de enfatizar essa Obra como sendo do Filho de Deus no homem Jesus e através dele. Queriam apenas deixar claro que a mente e vontade do homem tinha que ser plenamente humano senão não teríamos um modelo para nos mostrar como agradar a Deus.

X.4.3 – Sua Cristologia

Contra a cristologia alexandrina da Palavra-carne, os antioquenos desenvolveram a cristologia que se tornou conhecida como Palavra-homem, na qual a humanidade de Jesus Cristo não era passiva, mas ativa, como uma pessoa integral e completa. Em de enfatizarem a união entre o divino e o humano em Jesus Cristo, os antioquenos enfatizavam a distinção entre as duas naturezas (physeis) nele. Diodoro de Tarso, um dos expoentes da escola antioquena, chegou a afirmar em Jesus Cristo como “dois filhos”: o Filho de Deus e o Filho de Davi.

X.5 – Refutação bíblica

Os antioquenos foram mais felizes nas suas concepções a respeito da maneira correta de se interpretar a Bíblia. Tinham em mente uma pragmática que foi corretamente acertada. A bíblia tem um significado em si ao menos que o próprio texto demande postergar sua compreensão e interpretação para possíveis profecias ou figuras lingüísticas. Entretanto também não foram de todo corretos; cometeram erros ao conjecturarem sobre a pessoa do Filho. Para refutarmos essas heresias recorremos aos mesmos versículos que refutaram Nestório:

Jo 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

Hb 1:23: “A quem constituiu herdeiro de todas as coisas, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua gloria, e a expressa imagem da sua Pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”.

X.6 – Concílio que discutia a heresia e sua conclusão

O Concílio da Calcedônia tirou todas as possibilidades de conjecturações heréticas por parte das duas escolas.

4 comentários:

Anônimo disse...

o ultimo versiculo que tu usou Hb1:23 na verdade é Hb1:3

Anônimo disse...

o ultimo versiculo que tu usou Hb1:23 na verdade é Hb1:3

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tio Mimi disse...

Teodoro de MOpsuéstia (não MApsuéstia) pode ser considerado o maior expoente da Escola de Antioquia, mas não seu fundador, que foi Luciano de Samósata. É só ver que Teodoro nasceu em 350 e a Escola de Antioquia já funcionava por volta de 270.