quarta-feira, 24 de junho de 2009

07 – O NESTORIANISMO

CAPÍTULO 7

VII – O Nestorianismo

VII.1 – Origem

Influência da escola Antioquena, principalmente de Paulo de Samosata. Nestório, sendo patriarca de Constantinopla, tentou impor sua teologia à cristandade. Não se pode desconsiderar que além de seus interesses teológicos, já haviam disputas de poder e influência dentro das instituições eclesiásticas.

VII.2 – Data de início

431 d.C

VII.3 – Fundador

Nestório, patriarca de Constantinopla

VII.4 – Doutrina

Nestório procurou elaborar uma maneira de explicar a verdadeira humanidade de Jesus e verdadeira divindade que preservasse a integridade natural das duas realidades na sua pessoa. Ele não podia conceber uma natureza (physis) humana sem uma pessoa (prosopon) ligada a ela. “Ele atribuía a Cristo duas partes ou divisões, uma humana, outra divina. Quando Jesus, por exemplo, estava dormindo, era a parte humana que dormia. Mas quando acordava e repreendia os ventos, era a parte divina que estava em ação”. (LANGSTON, A.B. Esboço de Teologia Sistemática, 1999, pg. 177)

Um axioma básico do pensamento de Nestório era que a verdadeira humanidade não pode existir de modo algum sem uma pessoa humana individual que seja o centro da natureza humana. Para ele, o prosopon (pessoa) e a physis (natureza) estão juntos, tanto na humanidade como na divindade. Isto significava, naturalmente, que Nestório tinha de afirmar que Jesus Cristo era duas pessoas.

Nestório, então, argumentou a habitação mútua de duas pessoas, uma na outra: o eterno Filho de Deus e o ser humano mortal, Jesus. A essa união atribuímos o nome de Jesus Cristo, ou simplesmente Jesus, e consideramos a própria união uma “pessoa” no sentido composto ou coletivo. O Filho de Deus não experimentou verdadeiramente existência humana “na carne” mas somente “através da associação com o homem”. Seu pensamento era um tipo de adocionismo disfarçado.

VII.5 – Refutação bíblica

VII.5.1 – Jesus sempre falava de si mesmo e os outros também falavam a respeito dele como de uma só pessoa:

1 Jo 4:2: Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo espírito que confessa que Jesus veio em carne é de Deus”.

Jo 17:22: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um”.

VII.5.2 – Os atributos e os poderes de ambas as naturezas são consignadas a uma só pessoa:

Hb 1:23: “A quem constituiu herdeiro de todas as coisas, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua gloria, e a expressa imagem da sua Pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”.

VII.5.3 – Vemos que a união das duas naturezas numa pessoa se constitui num mistério: a encarnação. Nela é encontrada a solução para este problema:

Jo 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

VII.6 – Concílio que discutia a heresia e sua conclusão

No Primeiro Concílio da Calcedônia o nestorianismo foi condenado.

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